quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Barreirenses Empunham Bandeira em defesa do Patrimônio Histórico



Os barreirenses co-responderam positivamente à conclamação da historiadora Ignez Pitta ao assinarem o abaixo assinado sobre a necessidade de preservar a única casa que resta, entre tantas que foram construídas em 1940, ao tempo em que o aeroporto de Barreiras foi Base Aérea Norte Americana durante a II Guerra Mundial. 

O abaixo assinado será encaminhado ao Ministério Público Federal - MPF, pois o patrimônio cultural é dos campos de atuação do Ministério Público. E, em sendo o patrimônio cultural o conjunto de bens, materiais ou imateriais, que traduzem a história, a formação e a cultura de um povo, de uma comunidade ou de um país, nada mais justo que a comunidade barreirense pleiteei a intervenção do Ministério Público Federal junto à Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária – INFRAERO, no sentido de preservar este bem material que é parte da história da aviação do Brasil.


Câmara Técnica de Cultura passa a atuar nos municípios




Ontem,26, a Comissão Provisória da Câmara Técnica de Cultura do Colegiado do Território da Bacia do Rio Grande tomou decisões que potencializam a organização da comunidade cultural deste território de identidade. Neste sentido foi encaminhada a realização de reuniões nos municípios, com datas ainda a serem acordadas com a administração e os fazedores de cultura de cada municipalidade, de Angical, São Desidério, Riachão das Neves, Cristópolis, Baianópolis, Catolândia e Luís Eduardo Magalhães.  Os demais municípios serão contemplados em uma segunda etapa.

As reuniões tem o caráter de apresentar a política territorial do governo da Bahia, como funciona o Colegiado Territorial e a importância da Câmara Técnica de Cultura e sua organização em cada município e no território.  Os encontros municipais tem ainda o intuito de construir articulações e mobilizar a sociedade civil e o poder público local para a Iª Assembleia Territorial de Cultura, a se realizar em aproximadamente trinta dias, e a eleição e posse da Câmara Técnica.

As reuniões da Comissão Provisória da Câmara Técnica de Cultura acontecem sempre às terças – feiras, às 18 horas nas dependências do Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde, ao lado do Centro Cultural Rivelino Carvalho. 

Oficinas de Artesanato em Barreiras



No transcurso de 2009, foi instituído no município de Barreiras o Programa Colmeia de fomento à produção Artesanal e de Desenvolvimento Sustentável, Inclusão Social. Neste sentido, o Colméia objetiva resgatar a cultura do fazer artesanal e gerar emprego ocupação e renda nos seguimentos em situação, social/econômica, vulnerável do município de Barreiras.

A prefeitura municipal de Barreiras, através da Secretaria do Trabalho e Promoção Social, no cumprimento do disposto legal abriu as inscrições, até 15 de março nos turnos matutino e vespertino, para os interessados em participar “gratuitamente” de oficinas de artesanato no Parque de Exposição, Vila Rica e Ribeirão. 

Durante as oficinas serão desenvolvidas atividades com fibras, sementes, papel vegetal, bordados, marcenaria, pintura em tecido e serigrafia.  Os produtos das oficinas serão comercializados em uma loja localizada na rodoviária da cidade e a renda é voltada para a manutenção do Colméia.

Quem pode participar:

- Adultos e jovens a partir de 16 anos.

Quantidade de oficineiros por trimestre: 

- 15 alunos por oficina.

Locais e Oficinas:

Núcleo Parque de Exposições Engenheiro Geraldo Rocha

Segunda à quinta-feira – 08:00 às 12:00h e das 14:00 às 17:00h

1- Oficina de Fibras (palha de milho, Capim dourado, tala de coco e tabua)
2- Oficina de sementes (buriti, jatobá, pau Brasil, tamarindos, sabonete, tamboril, flamboiã)
3-    Oficina de Papel Vegetal
4-    Oficina de Corte e Costura
5-    Oficina de Bordados (crochê, macramê, ponto reto, vagonite)
6-    Oficina de Marcenaria
7-    Oficina de pintura em tecido (segunda e quarta)
8-    Oficina de Serigrafia


Núcleo da Vila Rica

Rua Edna Bonfim (subindo a Rua Afonso Soares na 5ª travessa a esquerda)
Segunda à quinta-feira - 08:00 às 12:00h e das 14:00 às 17:00h

1-    Oficina de Fibras (palha de milho e tabua)
2-    Oficina de Corte e Costura
3-    Oficina de Bordados (crochê, macramê, ponto reto, vagonite)
4-    Oficina de pintura em tecido (quinta)

Núcleo do Ribeirão– Anexo à Igreja Nossa Senhoria Aparecida,  Rua Vila Vitoria

Segunda a quinta-feira - 08:00 às 12:00h e das 14:00 às 17:00h

1-    Oficina de Corte e Costura
2-    Oficina de Bordados (crochê, macramê, ponto reto, vagonite)
3-    Oficina de pintura em tecido (terça-feira)

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Na Serra do Aeroporto os Moradores de Barreiras Levantam uma Bandeira



Recentemente a professora/historiadora Ignez Pitta publicou em uma rede social na internet um apelo aos filhos nativos e adotados da cidade de Barreiras sobre uma ordem para demolir instalações no aeroporto da cidade.  

“Alô Barreirenses, nativos ou adotados! Temos que tomar uma iniciativa a favor de não ser demolida, pela Infraero, a última casa original da construção de 1940, que resta no nosso aeroporto! É uma casa antiga, bonita, mas a que, em tantos anos de "administração" (?!) desse nosso patrimônio, tão importante para todos nós, a Infraero não deu qualquer manutenção e agora determinou que deve ser demolida sumariamente? Para quê? Para ver cair, só pode... Pois no espaço dessa casa nada está programado para ser construído, na grande obra que está sendo programada para o aeroporto, que inclui aumento no tamanho da pista e construção de um novo terminal, em outro lugar, deixando esse pequeno, que já existe, para ser utilizado por aviões menores. 

Que fazer?! A internet é nossa aliada: vamos inundar a Infraero e a Aeronáutica de mensagens, exigindo a preservação dessa casa, feita para ser moradia do gerente na época áurea do aeroporto, quando era base aérea americana de guerra e depois, ponto de apoio de abastecimento de combustível para todos os voos do sul e sudeste para o norte e nordeste! Já dizia o bom velhinho, Marx: "oprimidos do mundo todo, uni-vos! Não tendes a perder a não ser as correntes que vos prendem!

Já apelamos também para nosso Prefeito, Antônio Henrique, pois ele já deu mostras de que muito preza nosso patrimônio histórico, primeiro em 1997, ao criar o Museu Municipal e depois, em 2003, ao sancionar a Lei de Proteção ao nosso Patrimônio histórico, arquitetônico, artístico, natural e imaterial, podendo, através dessa Lei, fazer o tombamento municipal de nossos tesouros, que influenciam na autoimagem e senso de identidade de nós todos, barreirenses, sendo o aeroporto um desses símbolos! Aguardamos senhor Prefeito, sua atuação imediata e eficaz! Barreiras lhe agradecerá para sempre!

Hoje,26,  a professora/historiadora Ignez Pitta conclama a todos e todas assinarem uma petição para que o Ministério  Público Federal em Barreiras impeça a demolição por parte da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária – INFRAERO de um prédio situado no aeroporto de Barreiras.

Levantar esta bandeira é uma declaração de pertencimento à cidade de Barreiras. Estaremos na Praça Castro Alves durante a parta da manhã recolhendo assinaturas em apoio a esta causa que é de todos.

A Flor Barreiras



O tempo fechou, a ventania chegou e a taboca rachou. São expressões da linguagem popular que significam que as chuvas chegaram e com elas muitas mudanças passam a ocorrer. Uma das primeiras alterações é o sorriso estampado no rosto do agricultor na certeza de que é hora de preparar a terra e lançar as sementes antevendo o verdecer do milho, da mandioca, do feijão... É tanta transformação na natureza e no homem que dela trata e depende sua existência. 

Mas, as chuvas que chegam à região Oeste da Bahia proporcionam outro espetáculo nas cercanias dos rios, riachos, lagoas e vazantes. É o despertar de uma planta de nome bem apropriado para esta passagem do ano. Os nativos a batizaram com nomes bem sugestivos: “flor do trovão” e ou "Cebola Brava", pois a planta é bulbosa e a  comunidade científica a denominou por Amaryllis Barreirasa.

A primeira vez que ouvi sobre este exemplar da flora barreirense deu-se, há aproximadamente dez anos idos, quando em visita ao atelier do artista plástico Agamenon Amorim. Ele estava dando acabamento a uma tela cujo motivo era o Lírio Barreiras de cor vermelha e haste esverdeada a “flor do trovão”. 

Depois, mais recentemente, em leitura do “Barreiras, Bê – A, ... da Barra prá cá!” de autoria de Luiz Gonzaga Pamplona, membro/presidente da Academia Barreirense de Letras – ABL, encontrei pormenores sobre a  Amaryllis Barreirasa. Conta Dr. Luiz que o engenheiro agrônomo Ernesto Miranda Neto, funcionário do Banco do Brasil, colheu uma das “Cebola Brava”, 1949, e enviou para o Centro de Análise Botânica da Califórnia, Estados Unidos. O pesquisador deste Centro, o botânico Hamilton P. Traub plantou as sementes recebidas e em 1953 classificou a planta até então desconhecida com o nome de Amaryllis Barreirasa, em homenagem à cidade de Barreiras/BA onde foi encontrada.

Nesta mesma obra literária “Barreiras, Bê – A, ... da Barra prá cá!” há uma citação que em 1996, nasceu uma menina na cidade de Porto Alegre  do Tocantins (TO), e a mãe então solicita ao médico que a assistiu que desse nome à criança. Era o dia 26 de maio, aniversário de Barreiras/BA, e o médico, o próprio Dr. Luiz Gonzaga Pamplona que a época trabalhava no vizinho estado do Tocantins, sugeriu o nome de Amarilis Bareirasa Barreto dos Santos e assim foi registrada no cartório local.

Hoje, 25, as nuvens se movimentaram e se tornaram escuras e ouvi o ronco dos trovões que me fez lembrar do Lírio Barreiras. Voltei-me para o computador e pesquisei na internet sobre a “Flor do Trovão”. Encontrei informações, tais quais as que estão registradas na obra de Luiz G. Pamplona, em um site norte-americano cujo endereço é www.bulbsociety.org. 

“As sementes foram recebidas pelo escritor através do correio aéreo no final de dezembro de 1949, e a germinação excelente foi obtida. As primeiras plantas floresceram em 22 de junho de 1952, cerca de dois anos e meio após a germinação.”

Esta é mais uma curiosidade sobre Barreiras. Aproveite a provocação e leia “Barreiras, Bê – A, ... da Barra prá cá!” e encontrará muito mais. Procure por Agamenon Amorim, artista plástico, e encomende uma tela para adornar sua casa e se for possível, no próximo fim de semana, passei pelas margens do Rio Grande e ou de Ondas e você curtirá a paisagem embelezada pela Amaryllis Barreirasa.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Centro de Atividades do SESC em Barreiras será Inaugurada






Logo mais, às 9 horas deste domingo - 24 -, será realizada a inauguração do Centro de Atividades do SESC em Barreiras. A unidade SESC está localizada às margens da BR 135, saida para Riachão das Neves, nas imediações do Conjunto Populacional Santo SAnto Antônio e da Vila Amorim. O Centro de Atividades conta com uma área construída de 8.000,00 m², inserida em um terreno de 27.617,00m², com instalações e equipamentos modernos para a realização de serviços e atividades nas áreas de Educação, Cultura, Lazer, Saúde e Assistência, beneficiando os trabalhadores do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, e suas famílias, além da comunidade local e dos municípios circunvizinhos.

A Unidade dispõe de:

•  8 Salas de aula
•  1 Sala múltiplo uso
•  1 Biblioteca
•  1 Biblioteca Infantil
•  1 Teatro com 300 lugares, foyer e sala de exposição
•  2 Piscinas (adulto e infantil)
•  Vestiários e Sanitários (inclusive para Pessoas Portadoras de Deficiência)
•  1 Quadra Poliesportiva (coberta)
•  1 Salão de Jogos
•  1 Academia de Ginástica
•  3 Salas de cursos de valorização Social
•  2 Campos de Futebol Society (sendo 1 com grama sintética)
•  Cantina
•  2 Consultórios Odontológicos
•  Áreas de Lazer
•  Módulo Administrativo

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Videoconferências orientam sobre o Calendário das Artes


Com transmissão pela internet e em salas de 33 municípios baianos, videoconferências explicam como participar do Edital e abrem espaço para esclarecimento de dúvidas.

Para divulgar e dar instruções sobre a 1ª Chamada do Calendário das Artes 2013, a Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB), entidade vinculada à Secretaria de Cultura do Governo do Estado (SecultBA), promotora do edital, vai realizar duas videoconferências: no dia 22 de fevereiro (sexta-feira), no turno matutino (9h30 às 12 horas), e no dia 26 de fevereiro (terça-feira), no turno vespertino (14h30 às 17 horas). As videoconferências são conduzidas pela equipe da FUNCEB e podem ser acompanhadas ao vivo pela internet (no endereço www.iat.educacao.ba.gov.br) ou em pontos de exibição localizados em 33 municípios baianos, incluindo o próprio local de transmissão das palestras – o auditório do Instituto Anísio Teixeira (IAT), em Salvador.

Além de apresentar os conteúdos que focam especialmente em como preencher o Formulário de Inscrição, único documento exigido para a apresentação de propostas ao Calendário das Artes, as videoconferências permitem o diálogo com os participantes, que podem tirar suas dúvidas. Isto é possível através de envio de perguntas pelo site, para aqueles que acompanharem via internet, ou pelos mediadores presentes nas salas de transmissão, para aqueles que comparecerem aos locais.

Estes momentos de orientação direcionada são mais uma iniciativa que busca facilitar o acesso ao Calendário das Artes, mecanismo de incentivo a projetos artísticos e culturais de pequeno porte na Bahia, que objetiva estimular o desenvolvimento das artes no estado. Assim, o intuito é de dar informações mais detalhadas aos diversos interessados, para que eles possam concorrer aos prêmios de forma acertada.

As videoconferências são realizadas em parceria com a Secretaria de Educação (SEC), através do programa Rede Educação, que democratiza ações educacionais com soluções tecnológicas que promovem a Educação à Distância.

Sobre a participação nas Videoconferências – A participação nas Videoconferências do Calendário das Artes é gratuita e aberta a quaisquer interessados. Existem três formas de participar:

Presencialmente no local da palestra – em Salvador, o auditório do Instituto Anísio Teixeira (IAT), onde as palestras são realizadas, tem capacidade para 50 pessoas.

Presencialmente em salas no interior do estado – as videoconferências são transmitidas ao vivo em salas de mais 32 municípios: Alagoinhas, Amargosa, Barreiras, Bom Jesus da Lapa, Brumado, Caetité, Cruz das Almas, Eunápolis, Feira de Santana, Guanambi, Ibotirama, Ilhéus, Irecê, Itaberaba, Itabuna, Itapetinga, Jacobina, Jequié, Juazeiro, Macaúbas, Paulo Afonso, Pintadas, Piritiba, Ribeira do Pombal, Santo Amaro, Santo Antônio de Jesus, Seabra, Senhor do Bonfim, Serrinha, Teixeira de Freitas, Valença e Vitória da Conquista.

Nestes locais, um técnico possibilitará a intervenção dos presentes através de sistema online. Os endereços das salas estão disponíveis no site do Calendário das Artes: www.fundacaocultural.ba.gov.br/calendariodasartes, no link “Videoconferências do Calendário das Artes”.

Pela internet – cidadãos conectados à internet em qualquer lugar do mundo podem acompanhar ao vivo o encontro e enviar perguntas, através do site www.iat.educacao.ba.gov.br. É só acessar e entrar no link “Videoconferência – Acesse aqui”, nas datas e horários definidos.

Sobre o Calendário das Artes – Abrangendo as áreas de Artes Visuais, Audiovisual, Circo, Dança, Literatura, Música, Teatro e Artes Integradas, o Calendário das Artes é um mecanismo de incentivo a projetos artísticos e culturais de pequeno porte na Bahia. Concede prêmios de até R$ 13 mil e prioriza propostas oriundas e/ou realizadas em benefício de populações com menor acesso a produtos culturais e que privilegiem a diversidade cultural. As inscrições para a 1ª Chamada desta edição 2013 estão abertas até 11 de março, recebendo propostas de ações para serem iniciadas entre os dias 1º de junho e 31 de agosto deste ano. Serão no mínimo 49 contemplados, somando um investimento total de R$ 637 mil, com previsão de que sejam pelo menos sete propostas premiadas de cada um dos seis Macroterritórios da Bahia, excetuando-se a cidade de Salvador, para a qual existe uma categoria específica que vai apoiar ao menos sete propostas da capital. Para tanto, a avaliação dos projetos é feita de forma territorializada, com concorrência e comissões de seleção específicas em cada Macroterritório. O edital do Calendário das Artes, bem como seus anexos e orientações, está disponível no site www.fundacaocultural.ba.gov.br/calendariodasartes.


Assessoria de Comunicação
Fundação Cultural do Estado da Bahia – FUNCEB
(71) 3324-8565/ 8566
asc.funceb@gmail.com
Paula Berbert – paula.funceb@gmail.com | (71) 9127-7803
Nivia Cerqueira – comnivia@gmail.com | (71) 8808-2446

Entre versos e beijus a Câmara Técnica de Cultura se reuniu


Nesta terça-feira (19) a Câmara Técnica do Colegiado do Território do Rio Grande se reuniu nas dependências da Companhia de Ação Regional – CAR, empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento e Integração, escritório regional – Barreiras/BA. O evento foi iniciado com o “Imbornal Cultural”, uma atividade que consistiu em tirar de um saco de algodão o Cordel “Canudos A Saga do Povo Nordestino” de autoria de Babi Guedes e ilustrado por Valdério Costa e em seguida foi lido alguns versos:

Pegue o mínimo necessário
Junte ao indispensável
Misture, trace e peneire
Retire o indesejável
O bom semeie entre o povo
Do nosso torrão amável.

Leve aos mais necessitados
Junto à alimentação
Da matéria, livros para
Lhes servir de distração
Para que o amanhã
Não lhes cobre educação
...
Não só carne e feijão
Que servem de alimentos
A cesta básica da vida
É composta de alimentos
Beneficentes, tais como:
Cultura e conhecimento.


A reunião continuou com a leitura de um fragmento de uma palestra, “As cidades e suas contradições” do professor Ubiratan de Castro, ex-diretor da Fundação Pedro Calmon – FPC. O texto chama a atenção sobre os papeis desempenhados pelos seguimentos sociais e a importância dos menos aquinhoados tomarem a dianteira e fazerem valer os seus direitos. Neste sentido, a mensagem do professor Ubiratan se relaciona com o texto cordelista acima. Assim, a Câmara Técnica de Cultura do Colegiado do Território da Bacia do Rio Grande se torna um espaço de participação política da comunidade que muitas das vezes não é reconhecida os seus direitos culturais enquanto fazedores e ou consumidores de arte e de cultura.

Os participantes da Câmara Técnica de Cultura encaminharam a realização de um levantamento, a ser feito durante a partir de hoje até a próxima terça-feira (26), dos seguimentos culturais a saber: artistas plásticos produtores culturais; gestores culturais; consultores em arte; grupos da cultura popular / Identitárias; memorialistas; cordelistas / escritores; brincantes e organizações joaninas; secretários municipais de cultura; participantes de Pontos de Cultura do Movimento Hip Hop; capoeiristas; músicos / cantores; artesãos; filarmônicas e seus participantes; dançarinos; atores de teatro; produtores de vídeo; associações responsáveis por rádios comunitárias; organizações carnavalescas; roqueiros; artistas circenses; representação da secretaria de cultura da Bahia no território; empresariado da Cultura além de órgãos públicos que trabalham diretamente com setores da cultura.

A reunião foi encerrada com os participantes da Câmara Técnica de Cultura saboreando vários e gotosíssimos beijus de tapioca acompanhados de um chá de capim santo.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Exposição Nià Ijogun – Grande Herança


Três fotógrafos baianos realizam uma exposição coletiva no Museu Nacional de Enfermagem Anna Nery (MuNEAN) focada na cultura afrodescendente. A mostra intitulada Nià Ijogun, em yorubá significa Grande Herança, ficará em cartaz até o dia 07 de março/2013.

A exposição terá imagens de Rita Freire, Graça Guimarães e Allan Lusttosa e retrata as festas populares da Bahia, os rituais de candomblé e a cultura dos descendentes africanos.

Rita Freire é formada em Fotografia pelo Centro Universitário Jorge Amado e possui um curso de extensão de Interação dos Saberes Sobre História e Cultura Africana e Afro-brasileira pela Universidade Estadual da Bahia (UNEB). Já participou de várias exposições coletivas de arte e fotografia.

Já Graça Guimarães é formada em Fotografia pelo Centro Universitário Jorge Amado e vem buscando se especializar nesta área participando de vários cursos, congressos e workshops. Enfermeira há 25 anos, tem a fotografia como mais uma paixão em sua vida.

Allan Lusttosa é formado em Fotografia pelo Centro Universitário Jorge Amado e procura, com sua arte, construir um discurso sobre o mundo e as coisas da vida, sempre com um olhar investigativo. Diria mais, ele é menino a brincar com as cores que a vida dá. Lê e revê e torna espiar o cotidiano composto de gente, coisas e objetos. Com a câmera na mão alinhava e compõe a cena que depois outros enxergarão. É um ímpar labor, momentos-luz, em registrar outros mundos que se arrumam e se aprumam a partir de sua objetiva retina.

Luzttosa é cidadão oestino, nascido nas barrancas do Rio Preto em meio aos Gerais da Bahia. Antes de se mandar para Salvador passou boa temporada em Barreiras e na oportunidade não perdeu tempo e despejou criatividade através do CECEP – Centro de Cultura e Educação Popular. Mais especificamente no Grupo de Teatro Tranchan e depois no Rapsodos na companhia de Gelson Vieira, Drica Garcia, Djalminha, Bia Persan, Samper, Ronaldh Ollyhal, Gil Miranda, Ivan Sigoli, Mara Carinhanha, Gil Tavares, Quitéria Vieira, Juarez Arts, Vaníria Nogueira, Ivonise Lima, Marluce entre outras e outras.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Câmara Técnica de Cultura dá seus primeiros passos


Nesta sexta-feira (15) às dezenove horas realizou-se nas dependências do Sindicato dos Comerciários – SINDCOB, o primeiro encontro preparatório no sentido de criar a Câmara Técnica de Cultura do Colegiado do Território da Bacia do Rio Grande. A reunião contou com a participação de Iléia de Oliveira Almeida, Agente de Desenvolvimento representando a Secretaria de Planejamento da Bahia / SEPLAN, Mauricio Lélis Costa, gerente do escritório da Companhia de Ação Regional – CAR em Barreiras, dos fazedores de cultura na pessoa do artista plástico Agamenon Amorim, do Gestor Cultural Gelson Vieira, de Cleide Vieira atriz da Companhia Teatrando, de Maria Florismar Fernandes do Grupo Cultural Junino Sapecou Queimou, do presidente da União das Quadrilhas Juninas do Oeste da Bahia Saulo Martins Bezerra, os escritores foram representados por Antônio Galdino da Academia Barreirense de Letras – ABL e Luciano de Santos de Castro representou o Grupo Cultural Junino Triscou Queimou.

Os participantes dialogaram sobre a política de Desenvolvimento Territorial como instrumento democrático que estabelece novas bases para o planejamento e execução de políticas públicas na Bahia e que dão vigor a inclusão e a democracia participativa. Neste sentido, a existência do Colegiado Territorial de Desenvolvimento Sustentável é um espaço de participação social e de gestão dos interesses do desenvolvimento do Território da Bacia do Rio Grande.

O encontro teve prosseguimento com a leitura, comentários e emendas, do Regulamento da Câmara Técnica de Cultura. Na sequencia, foi eleita uma Comissão Provisória da Câmara Técnica de Cultura do Colegiado do Território da Bacia do Rio Grande com a seguinte composição: Agamenon Amorim (artista plástico), Gelson Vieira (gestor cultural), Cleide (Companhia Teatrando), Saulo Martins Bezerra (União das Quadrilhas Juninas do Oeste da Bahia), Antônio Galdino (Academia Barreirense de Letras – ABL) e Iléia de Oliveira Almeida, Agente de Desenvolvimento/ SEPLAN). A comissão eleita tem a responsabilidade de, no transcurso de quarenta e cinco dias, preparar a primeira plenária e eleição do corpo diretivo da Câmara Técnica de Cultura do Território da Bacia do Rio Grande.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Será Criada a Câmara Técnica de Cultura do Território da Bacia do Rio Grande

Nesta sexta-feira (15/02) estará ocorrendo a partir das dezenove horas nas dependências do Sindicato dos Comerciários – SINDCOB, a reunião preparatória para a criação da Câmara Técnica de Cultura do Colegiado do Território da Bacia do Rio Grande com a participação da representação da SEPLAN/BA, das filarmônicas, do Teatro, dos Grupos Juninos, Cordelistas, Músicos, Artistas Plásticos, Escritores e Gestores de Cultura. 

A Câmara de Cultura é um organismo de assessoria técnica, articuladora, suprapartidária e democrática, vinculada ao Colegiado do Território da Bacia do Rio Grande. Que terá a finalidade precípua de:
  • Assessorar o Núcleo Executivo e o Colegiado do Território da Bacia do Rio Grande;
  • Elaborar estudos e projetos;
  • Promover e participar de seminários / fóruns / grupos de estudo;
  • Esclarecer e defender as ações territoriais de sua competência diante aos agentes financeiros e Agências de Desenvolvimento e/ou instâncias governamentais, quando convocadas para estes fins;
  • Contribuir na Elaboração dos Planos Municipais, Territorial e Estadual de Cultura;
  • Estimular os municípios do Território da Bacia do Rio Grande a criarem e manterem o Sistema Municipal de Cultura, composto de Secretaria de Cultura, Plano Municipal de Cultura, Conselho Municipal de Políticas Culturais e do Fundo Municipal de Políticas Culturais;
  • Mobilizar os diversos atores e atrizes socioculturais para as questões pertinentes ao desenvolvimento territorial da cultura;
  • Acompanhar e avaliar a execução orçamentária do Estado da Bahia e dos municípios, no que diz respeito às políticas culturais do Território da Bacia do Rio Grande;
  • Participar de iniciativas públicas e privadas que promovam a participação social em processos de elaboração de políticas e programas de desenvolvimento cultural para o Território;
  • Promover o entendimento coletivo a respeito do desenvolvimento territorial da cultura;
  • Promover, estimular e apoiar pesquisas, estudos e levantamentos sobre a cultura territorial;
  • Aproximar os elos entre as diversas entidades públicas e privadas nas esferas municipais, estadual e federal com vistas a uma relação dialógica entre as três instâncias de poder;
  • Contribuir com os governos municipais, estadual e federal, para efetivação de políticas públicas culturais;
  • Promover o eixo cultura como fator de desenvolvimento sustentável no Território;
  • Promover, apoiar ações de políticas afirmativas – setoriais e transversais – no Território;
  • Outras atribuições que lhe sejam delegadas pelo Colegiado Territorial.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Fundação Boticário lança edital de apoio a projetos de Proteção à Natureza


A Fundação grupo Boticário de Proteção à Natureza abriu inscrições para seu novo edital de apoio a projetos, que financiará iniciativas de organizações da sociedade civil que contribuam para a conservação da natureza em todas as regiões do Brasil. Não há valor mínimo ou máximo para as propostas a serem financiadas, mas o edital dispõe de cerca de 500 a 600 mil reais para distribuir entre os projetos eleitos.

Segundo o edital, são seis as linhas temáticas para recebimento de projetos: ações e pesquisa para a conservação de espécies e comunidades silvestres em ecossistemas naturais; ações para implementação de políticas voltadas à conservação de ecossistemas naturais; ações para a restauração de ecossistemas naturais; ações para prevenção ou controle de espécies invasoras; estudos para a criação ou manejo de unidades de conservação; e pesquisa sobre vulnerabilidade, impacto e adaptação de espécies e ecossistemas às mudanças climáticas.

Os interessados podem se inscrever até 31 de março. Podem concorrer ao financiamento projetos que contribuam para a conservação da natureza em todas as regiões do Brasil e que sejam realizados por instituições sem fins lucrativos, como organizações não governamentais ou fundações ligadas a universidades. As inscrições devem ser feitas no site da Fundação Grupo Boticário (www.fundacaogrupoboticario.org.br).

Nazaro Morreu



Logo mais ao anoitecer, pelas ruas do centro velho, acontecerá a celebração do Nazaro,  manifestação popular genuinamente barreirense. O evento constitui-se de um ritual sobre a morte de um folião que morreu do muito que comeu, bebeu e do peido que deu. Os foliões amigos de Nazaro, vestidos em branco, cantam e lastimam a sua morte. E, ao mesmo tempo correm pelas ruas do centro e cometem brincadeiras jogando água, talco e outros produtos nas pessoas, curiosas e ou desavisadas, que querem saber o que está se passando.

O cortejo fúnebre conta com a participação de admiradores que se deslocam em carros e motos. Ao fim das brincadeiras os companheiros de Nazaro se reúnem no Coreto, próximo ao cais do porto, e rezam e agradecem por continuarem a tradição cultural barreirense sem preconceitos sociais e ou religiosos.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Carnaval é a Alegria Popular




O titulo desta reflexão é parte das crônicas que Dom Helder Câmara lia, ao longo de alguns meses do ano de 1982, durante o programa “Um Olhar Sobre a Cidade” ao microfone da Rádio Olinda de Pernambuco.  O público ouvinte desse programa radiofônico compunha-se, em sua maioria, das camadas mais simples da população.


Disse D. Helder:

“Carnaval é a alegria popular. Direi mesmo, uma das raras alegrias que ainda sobram para a minha gente querida. Peca-se muito no carnaval? Não sei o que pesa mais diante de Deus: se excessos, aqui e ali, cometidos por foliões, ou farisaísmo e falta de caridade por parte de quem se julga melhor e mais santo por não brincar o carnaval. Estive recordando sambas e frevos, do disco do Baile da Saudade: ´ô jardineira por que estas tão triste? Mas o que foi que aconteceu… Tu és muito mais bonita que a camélia que morreu`. BRINQUE MEU POVO QUERIDO! MINHA GENTE QUERIDÍSSIMA. É VERDADE QUE QUARTA - FEIRA A LUTA RECOMEÇA. MAS, AO MENOS, SE PÔS UM POUCO DE SONHO NA REALIDADE DURA DA VIDA”

No transcurso dos anos trinta e quarenta, segundo a obra literária “Barreiras, Bê-A,... da Barra pra cá!” da lavra de Luiz G. Pamplona na cidade de Barreiras/BA havia uma rusga entre os participantes dos Clubes Carnavalescos. Não se admitia que as filhas das famílias abastadas se misturassem aos foliões que tivessem posses abaixo de seus pais. Por isto, foram criados os clubes sazonais a exemplo do “Democratas da Cidade”,  “Filhos de Momo” e o “Terror da Zona” este último constituído e organizado por trabalhadores.

A coordenação do Bloco o “Terror da Zona” era feita por João Ferreira de Souza mais conhecido por Joquinha um carpinteiro. A agremiação carnavalesca dos excluídos, Terror da Zona, durou aproximadamente cinco anos que por vez deu origem ao Clube Dragão da Cidade que mais tarde foi apelidado por Dragão Social. O Dragão viveu por longos 56 anos de atividades sócio/culturais até que o prédio fosse demolido e no mesmo espaço físico edificado o Centro Cultural Rivelino Carvalho durante a primeira gestão do prefeito Saulo Pedrosa.

Conta Dr. Luís Pamplona que Aurino Almeida gerente do aeroporto da Pannair comentou que: “parece sopa, vão brincar sem roupa”. A expressão pilhérica e discriminatória expressava que os operários/trabalhadores iriam brincar o carnaval sem fantasia de seda importada como era moda. Assim, o líder do “Terror da Zona”, o poeta/compositor Joquinha, criou uma modinha em resposta ao insulto elitista que tem o título:


“Algodão Tinto”

A turma do Terror,
Parece sopa,
Assim fala gente boa,
Que vamos brincar sem roupa.

Já são três horas,
Já chegou a hora “H”.
Barreirense, dá licença,
Que o Terror vai vadiar.

Algodão tinto,
Mesmo que custe um tostão,
Terror da zona falado,
Vai sair na multidão!

Até os velhos,
Que já andam de bastão,
Vão sair em nosso bloco,
Mesmo de bebé – chorão.

O carnaval é a alegria popular, é a festa da criatividade, da liberdade e da irreverencia. A engenhosidade artística dos foliões é sem fronteiras. Os seus criadores são ao mesmo tempo gestores e fruidores, independente de classes sociais. Prova disto são os grupos momescos barreirenses desde os anos vinte com o Barreiras Tênis Clube, Unidos da Vila Brasil, Filhos de Momo, Bloco da Rola, Terceira Idade, Netos de Momo, Bloco do Zé de Hermes, Novos Baianos e do Homem da Caverna entre outros. Os foliões e foliãs se entregam aos caprichos da liberdade, sem medo de que serão castigados por forças divinas, até o corpo não mais aguentar. E quando tudo parece que a festa carnavalesca chegou ao fim, pois é noite de quarta-feira, eis que surge das cinzas o Nazaro, o folião que morreu do muito que comeu, bebeu e do peido que deu, a correr e a cometer brincadeiras pelas ruas do centro histórico da centenária Barreiras. É a tradição mantida que revive e fortalece os corpos, as mentes, os corações e a identidade cultural barreirense sem preconceitos sociais e ou religiosos.

“Terror, na rua, brincando.
No samba sou campeão.
Hoje é dia de folia.
Nossa vida está na mão”




sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

SECULT/BA PRORROGA PRAZOS PARA ANÁLISE PRÉVIA DE EDITAIS




A Secretaria de Cultura do Estado da Bahia publicou no Diário Oficial do dia oito de fevereiro do ano em curso as portarias 046/2013 e 047/2013 sobre a prorrogação, até 22 de fevereiro de 2013, do prazo para divulgação do resultado da Análise Prévia dos seguintes editais:

a)      Edital nº. 24/2012 – Culturas Populares e

b)      Edital nº. 25/2012 – Culturas Identitárias.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Frutas e Ruas


O senhor Edson Lázaro Rosendo da Silva, então vereador barreirense, através da Lei nº 486, possibilitou que as ruas do Conjunto Habitacional Buritis I, na cidade de Barreiras, Oeste da Bahia, fossem denominadas com nomes de frutas que faz parte da flora dos Gerais e do Vale do Rio Grande. Frutas que participam do cotidiano da população, ora na qualidade de consumidora, ou de plantadora e mesmo de vendedora. A polpa destas frutas são consumidas in natura e também transformadas em deliciosos doces e licores entre outras iguarias a exemplo do pequi em meio ao arroz, ao feijão, à galinhada.

Quem nunca se deparou com uma viagem no tempo ao sentir no ar o cheiro de uma boa fruta? Fato é que todo mundo tem uma memória gustativa que remete a um momento especial da vida. As frutas despertam sensações e boas lembranças. Busca a identidade cultural do indivíduo, do grupo e de uma sociedade, de uma comunidade – cidade – região - país.

O imaginário popular está permeado de histórias que tem por referencias as brincadeiras vividas sob a sombra da mangueira ou escalando os galhos em busca de uma fruta que se encontrava bem na pontinha do galho. Poucos eram os meninos corajosos que se sentiam desafiados em alcançar tal fruto. Não raro, uma galha quebrava e a criança num lance de trapezista se lançava para outra parte da árvore e o menino passava a ser considerado o herói da turma. Senão, a história seria outra:

- Dona Menininha, o Pedro quebrou o braço!

Estamos a discorrer sobre um projeto de lei municipal que trata dos nomes de ruas que tem as frutas como referência. As frutas a que estamos nos referindo não são reais, nós não estamos vendo e nem mesmo sentindo pelo tato e mesmo pelo olfato ou paladar. As frutas se encontram em nosso imaginário, ou seja: frutas abstratas. Mesmo que um de nós tenha degustado um caju uma, duas, muitas vezes. E se repetirmos o gesto, nunca será a mesma fruta, pois ele, o caju, se revelará novíssimo em folha. Quem prova o gosto, a textura e o suco da polpa do caju estará provando a si mesmo, que possui a capacidade de experimentar através da memória infinitas frutas do cajueiro e cada uma diferentemente.

Em Barreiras /BA, as frutas se metamorfosearam em ruas e se eternizaram a partir da lei. Hoje irei bem cedinho ao Buriti colher Jenipapo, Juá, Pitanga, Mangaba, Pitomba, Mutamba, Caju e Pequi. Você irá? Aproveite, pois, a lei passou a vigorar no dia 1º de dezembro de 1999.

SECULT DIVULGA INSCRITOS EM EDITAIS DO FUNDO DE CULTURA DA BAHIA



Antes de curtir o carnaval, os proponentes de projetos para o Fundo de Cultura da Bahia devem acessar o site do Diário Oficial do Estado da Bahia, http://www.egba.ba.gov.br/, correspondente ao dia 07 de fevereiro para saberem se as suas propostas estão inscritas. É também importante que os proponentes leiam os anexos I e II do edital respectivo ao seu projeto, pois nestes anexos estão previstos os prazos a serem cumpridos pelos proponentes e pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia.

Os editais divulgados foram os seguintes:

Edital 18/2012 – Economia Criativa;
Edital 19/2012 – Projetos Estratégicos em Cultura;
Edital 20/2012 - Formação e Qualificação em Cultura;
Edital 21/2012 – Culturas Digitais;
Edital 22/2012 – Territórios Culturais;
Edital 23/2012 - Dinamização de Espaços Culturais;
Edital 26/2012 – Apoio à Publicação de Livros por Editoras Baianas;
Edital 27/2012 – Restauração e Digitalização de Acervos Arquivísticos Privados;
Edital 28/2012 – Setorial de Museus;
Edital 29/2012 - Setorial de Patrimônio Cultural, Arquitetura e Urbanismo;
Edital 30/2012 – Setorial de Artes Visuais;
Edital 31/2012 - Setorial de Audio Visual;
Edital 32/2012 – Setorial de Circo;
Edital 33/2012 – Setorial de Dança;
Edital 34/2012 – Setorial de Literatura;
Edital 35/2012 – Setorial de Música;
Edital 36/2012 – Setorial de Teatro.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Barreiras Reverenciou Iemanjá



Dia Dois
de Fevereiro
Dia de festa no mar
Eu quero ser o primeiro
pra salvar Yemanjá

Escrevi um bilhete pra ela
pedindo pra ela me ajudá
Ela então me respondeu
Que eu tivesse paciência de esperar

O presente que eu mandei pra ela
De cravos e rosas, vingou.

Chegou! Chegou! Chegou!
Afinal que o dia dela chegou.

Pessoas se acotovelavam sobre o cais do Rio Grande, outras transitavam pela Praça Landulfo Alves, o Bar do Vieirinha estava com todas as mesas ocupadas assim também os demais bares do Mercado Velho. Vendedores de sorvetes, laranjinha, picolé e pipoca estavam a comercializar seus produtos de mercadores, aproveitavam a oportunidade, e Iemanjá abençoou o trabalho de cada um. As ruas que dão acesso à Praça estavam interditadas e a Polícia Militar e a Guarda Municipal realizavam a segurança dos participantes, pais – mães e filhos – filhas de Santo. A todo o momento chegavam fieis de Iemanjá com flores, perfumes que cuidadosamente lançavam nas águas do Rio Grande e depois acendiam velas e faziam orações. Crianças e jovens batiam atabaque e entoavam pontos. Todos estavam de uma forma, ou de um jeito, aguardando a Mãe de todos os Orixás e da humanidade.

Já se aproximavam das dezoito horas quando avistamos ao longe, pras bandas de Barreirinhas, os barcos que traziam os Orixás e entre eles Iemanjá. Em um dos barcos jovens tocavam tambores e cantavam animando a procissão. Neste instante uma girandola de fogos de artifício foi acionada, e uma nuvem de estampidos e fumaça cobriu o céu, arrancando gritos, assovios e muitas palmas da parte dos fiéis.

Chegou! Chegou! Chegou!
Afinal que o dia dela chegou.

Os condutores dos barcos realizaram manobras em frente ao cais que todos ficaram maravilhados. De repente um avião, soltando fumaça, passou em voou rasante sobre a multidão levando susto e temperando de emoção aquele momento.

Após a parição pública, o cortejo fluvial, os barcos foram se distanciando da beirada do cais. O véu da noite foi devagarinho cobrindo a cidade de Barreiras, as primeiras lâmpadas foram ligadas, alguns filhos e filhas de Santo a pé voltavam para seus terreiros enquanto outros e outras ainda arriavam suas oferendas e rezavam. Na Praça Landulfo Alves muitos permaneceram nos bares e sentados no cais do Rio Grande espichando o dia em conversas de segredo. Parecia que aguardavam, para ano que vem, a Senhora da Coroa Estrelada.




sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

"ERU YÁ" SALVE A SENHORA DO CAVALO MARINHO




Barreiras homenageia Iemanjá


Neste dia dois de fevereiro tem festa no Rio Grande. O festejo em homenagem a Iemanjá, a divindade das águas salgadas, dos mares e oceanos, Orixá que gera o movimento das águas, Deusa da pérola. Protetora dos pescadores e marinheiros. Senhora dos lares, que traz paz e harmonia para toda a família.  A tradição em comemorar o dia de Iemanjá em Barreiras deu-se por iniciativa de Mãe Nicinha e Mestre Nêgo a aproximadamente vinte e sete anos.

A partir das 17 horas as homenagens à Rainha das Águas terão inicio com um desfile sob o leito do Rio Grande, partindo da Vila Papelão em direção ao cais nas imediações da Praça Landulfo Alves. O cortejo tem à frente o barco conduzindo Oxalá, Oxum e Iemanjá.

Ao prepararem as oferendas à Rainha das Águas lembrem-se que as ervas de Iemanjá são: rosa branca, flor de laranjeira, erva de Santa Luzia e Santa Bárbara, chapéu de couro, açucena, pata e unha de vaca, fruta da condessa, entre outras; os símbolos são a lua minguante, ondas e peixes; suas cores são o branco cristalino ou o azul claro; seu instrumento é o abebé, um leque em forma circular prateado que pode trazer um espelho no centro e sua pedra é o Diamante. Presentei Iemanjá com ofertas que não sujem as águas, a sua morada.

Da mistura entre pretos e índios, nasceu minha Vó.

Agora compreendo o arrepio ao bater do tambor.

Canto mais alto e abro o peito negro, nestas Áfricas /Brasis.

É batuque, é folia é reisado, é dia de Iemanjá!


Eru Yá

Nesta cidade nem todos são filhos d´Oxum


A celebração do dia de Iemanjá em Barreiras é uma festa que tem aproximadamente vinte se sete anos. A comemoração à Rainha das Águas tem a participação da sociedade e principalmente dos Terreiros. Não é um festejo que para ele se juntam somente pais, mães e filhas de santo, o povo chega e se joga trazendo oferendas e nas águas de cheiro, de rosas se banham. São simbologias que preenchem o inconsciente coletivo fazendo transbordar corações e mentes a reverenciar Iemanjá.

São nas águas desse Rio que é grande e acolhedor que o festejo a Iemanjá ocorre. O Rio Grande recebe em suas veias abertas a Rainha das Águas e todos seus filhos e filhas, admiradores e curiosos. O Rio Grande transforma-se, adquirindo persona. Torna-se uma testemunha ocular da história deste município, ao passear pela zona rural e pela cidade, assiste e registra os caminhos e descaminhos do “desenvolvimento”.

Todos que chegam à cidade de Barreiras passam a conhecer este veio d água que nasce nas escarpas do Espigão Mestre, serra que separa duas grandes Bacias hidrográficas a do São Francisco e do Tocantins. Ele, o Grande Rio, desce pelo cerrado dando e recebendo contribuições de homens e de seus afluentes, presentes ora caros, ora benevolentes, até se encontrar com o das Ondas, fundos do Orfanato Davi Gomes, e mais na frente com São Francisco na cidade da Barra, dos barranqueiros, canoeiros, barqueiros e do Frei Luiz.

O Rio Grande foi testemunha, no dois de fevereiro de 2009, de um ato de intolerância religiosa, quando espicharam um pedaço de morim branco, tecido de algodão, com dois suportes de madeira em cada extremidade amarrado a barbantes que se transformam em tirantes para esticar o pano a ser atracado no poste da direita e da esquerda. Na faixa estava escrito uma mensagem que tinham palavras que juntas formavam uma mensagem enaltecedora para Oxun e aos filhos e filhas que Barreiras abraçou. A frase era uma paráfrase à composição musical de Jerônimo, “ESTÁ CIDADE É DOXUM”.

Este mesmo veio d’água que passa pelo cais da “Barreira Grande” também presenciou quando trabalhadores da Prefeitura subiram um no poste da esquerda e outro no poste da direita e arriaram, e enrolaram, e colocaram entre os braços e depois sumiram com o material têxtil. (uma ordem). Da Praça Landulfo Alves, o largo do cais, a faixa escafedeu. Mas na retina e na mente daqueles que a tudo foram testemunhas oculares, a faixa permanece bem viva: NESTA CIDADE NEM TODOS SÃO FILHOS DE OXUM.

Por que o pedaço de pano com sua mensagem foi politicamente retirado?  É importante que busquemos em nossa inteligência as correlações dos fatos, pessoas e instituições. O fato da retirada da faixa em homenagem a Oxum e aos filhos e filhas de Barreiras teve significado político, administrativo e cultural para os habitantes de Barreiras. Pois, o que se pode vivenciar durante a administração municipal que se encerrou em dois mil e doze foi a edificação de uma ideia em que o respeito pelo diverso e o diferente fosse desconsiderado.

Mesmo assim os tambores ecoaram sons que penetraram corações e consciências e o mundo rodou. Iemanjá chegou e o seu reinado aconteceu. A Praça que é do povo foi por ele ocupada. A despeito dessa ou daquela vontade. O Rio que a tudo viu, fez pouco caso da descortesia continuou cantando: Água de beber, água de molhar, água de benzer água de molhar.

É certo que os “meninos da arte”, ou melhor, da então Coordenação Cultural do município de Barreiras mandaram confeccionar a tal faixa, embalados pelos valores morais e espirituais que têm pelo belo e pela liberdade de expressão religiosa. A Lei maior do país assim determina e a Lei Orgânica Municipal de Barreiras também faz referência às liberdades individuais e coletivas dos moradores desta cidade que é de Oxum, do Senhor dos Aflitos, de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e também daqueles e daquelas que não comungam dos caminhos religiosos. Esta cidade não tem proprietário. As mentes desta cidade não têm setas que apontam para um só caminho político partidário e ou religioso. Este município é plural, a Bahia é mais, o Brasil é de todos.  

Os reinos que foram erguidos tendo a violência como madrinha ou a arma da propaganda, em um belo dia caíram em ruínas. A rainha que não é das águas ficou nua e pela cidade passeou, desfilando com seu it e das sacadas e janelas e pelo cais do porto, todos e todas se escandalizavam. Ela pensava que continuava com os mesmos trajes e adornos usados nas melhores ocasiões, que estava perfumada. Mas, certo odor do seu corpo desprendia.