domingo, 3 de fevereiro de 2013

Barreiras Reverenciou Iemanjá



Dia Dois
de Fevereiro
Dia de festa no mar
Eu quero ser o primeiro
pra salvar Yemanjá

Escrevi um bilhete pra ela
pedindo pra ela me ajudá
Ela então me respondeu
Que eu tivesse paciência de esperar

O presente que eu mandei pra ela
De cravos e rosas, vingou.

Chegou! Chegou! Chegou!
Afinal que o dia dela chegou.

Pessoas se acotovelavam sobre o cais do Rio Grande, outras transitavam pela Praça Landulfo Alves, o Bar do Vieirinha estava com todas as mesas ocupadas assim também os demais bares do Mercado Velho. Vendedores de sorvetes, laranjinha, picolé e pipoca estavam a comercializar seus produtos de mercadores, aproveitavam a oportunidade, e Iemanjá abençoou o trabalho de cada um. As ruas que dão acesso à Praça estavam interditadas e a Polícia Militar e a Guarda Municipal realizavam a segurança dos participantes, pais – mães e filhos – filhas de Santo. A todo o momento chegavam fieis de Iemanjá com flores, perfumes que cuidadosamente lançavam nas águas do Rio Grande e depois acendiam velas e faziam orações. Crianças e jovens batiam atabaque e entoavam pontos. Todos estavam de uma forma, ou de um jeito, aguardando a Mãe de todos os Orixás e da humanidade.

Já se aproximavam das dezoito horas quando avistamos ao longe, pras bandas de Barreirinhas, os barcos que traziam os Orixás e entre eles Iemanjá. Em um dos barcos jovens tocavam tambores e cantavam animando a procissão. Neste instante uma girandola de fogos de artifício foi acionada, e uma nuvem de estampidos e fumaça cobriu o céu, arrancando gritos, assovios e muitas palmas da parte dos fiéis.

Chegou! Chegou! Chegou!
Afinal que o dia dela chegou.

Os condutores dos barcos realizaram manobras em frente ao cais que todos ficaram maravilhados. De repente um avião, soltando fumaça, passou em voou rasante sobre a multidão levando susto e temperando de emoção aquele momento.

Após a parição pública, o cortejo fluvial, os barcos foram se distanciando da beirada do cais. O véu da noite foi devagarinho cobrindo a cidade de Barreiras, as primeiras lâmpadas foram ligadas, alguns filhos e filhas de Santo a pé voltavam para seus terreiros enquanto outros e outras ainda arriavam suas oferendas e rezavam. Na Praça Landulfo Alves muitos permaneceram nos bares e sentados no cais do Rio Grande espichando o dia em conversas de segredo. Parecia que aguardavam, para ano que vem, a Senhora da Coroa Estrelada.




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