quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Consórcios disputam trechos da Ferrovia Oeste-Leste


20/09/2010 - A TARDE

Foram abertos na manhã dessa segunda, 20, pela Valec Engenharia, Construções e Ferrovias, estatal ligada ao Ministério dos Transportes, os envelopes do processo licitatório de três dos sete lotes para a construção o trecho baiano da Ferrovia de Integração Oeste-Leste, que ligará Ilhéus ao ao município de Figueirópolis, no Tocantins. Os lotes 1, 2 e 4 totalizam 421 quilômetros de extensão.

O lote 1 possui 124,9 quilômetros e compreende o trecho que vai do Rio da Preguiça até Ilhéus, onde será construído um complexo intermodal que prevê um novo aeroporto e o Porto Sul. Na concorrência, apresentou o menor preço o consórcio liderado pela empresa mineira SPA Engenharia, com participação das construtoras Delta e Convap, ambas também de Minas.

O lote 2 possui 117,9 quilômetros e vai do Rio da Preguiça até o Riacho Jacaré. A obra neste trecho deverá ser gerida pelo consórcio formado pelas construtoras OAS e Galvão Engenharia. O lote 4, que compreende o trecho de 178,2 quilômetros entre o Riacho da Barroca e o Rio de Contas, foi arrematado pelo consórcio liderado pela Andrade Gutierrez com a Barbosa Melo e a Serveng.

Orçada em R$ 4 bilhões, com recursos garantidos pelo Programa de Aceleração de Crescimento (PAC), a Ferrovia Oeste-Leste será utilizada para o escoamento da produção agrícola do oeste baiano, além do minério de ferro da região de Caetité.

A previsão é que a ordem de serviço para o início das obras seja assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda este ano.

Confira na íntegra o relatório da Valec
http://www.revistaferroviaria.com.br/upload/Valec%20RelatorioFinal_concorrencia_2010-005-lts1-2-4.pdf

FONTE: Revista Ferroviária

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Literatura de Cordel no palco

O Romance do Pavão Misterioso, de José Camelo de Melo Resende, é um dos maiores sucessos da Literatura de Cordel. A peça será encenada no Centro Cultural de Barreiras, nos dias 13 e 14 de setembro. Mais de 800 alunos de 16 Escolas Conveniadas ao Sistema Positivo de Ensino foram convidados para assistir ao espetáculo.

A peça teatral terá uma sessão beneficente aberta ao público no dia 13 de setembro, às 19h, com arrecadação de alimentos em prol da Associação de Amparo ao Menor Carente (AMEC), que educa e zela pelo bem-estar de crianças em situação de risco.

O espetáculo é produzido e encenado pela Cia do Voo do Rio de Janeiro, e traz a história de uma condessa grega chamada Creuza, que de tão bela desperta o amor de Evangelista, um jovem turco e rico, que deixa sua terra natal e se muda para Grécia decidido a conquistar o amor da condessa. O problema é que a moça vive presa no alto de um sobrado, por ordem de seu próprio pai, sem poder falar com ninguém.

A história se desenvolve com as artimanhas criadas pelo jovem turco para conquistar sua amada. Este espetáculo, uma mistura de romance, teatro e cordel, surpreende justamente por essa combinação inusitada de estilos, em que os quatro atores se revezam nos papéis e despertam a imaginação da plateia.

José Camelo de Melo Resende, autor do texto e patrono da Academia Brasileira de Cordel, começou a criar romances por volta de 1923, mas não escrevia suas composições – guardava-as na memória para cantá-las onde quer que se apresentasse.

A peça teatral faz parte das ações de Marketing Cultural da Editora Positivo, empresa do Grupo Positivo - maior corporação Educacional do Brasil –, e integra um projeto de ações culturais e educacionais que tem como objetivo aliar o entretenimento ao conhecimento, em todo o território nacional. Ao todo, a turnê desse espetáculo beneficiará, apenas no 2º semestre, cerca de 14 mil alunos de 162 Escolas Conveniadas ao Sistema Positivo de Ensino de seis cidades da Bahia.

De acordo com a coordenadora do Núcleo de Ações Especiais da Editora Positivo, Alessandra Meira, as ações de marketing cultural valorizam as diversas manifestações culturais do Brasil e contribuem para a formação e o enriquecimento cultural dos alunos das Escolas Conveniadas ao Sistema Positivo de Ensino. “Os temas são adequados de modo que possam ser trabalhados pedagogicamente em sala de aula e que, de alguma forma, ampliem o conhecimento de alunos e professores”, garante.

sábado, 11 de setembro de 2010

PROPOSTAS DA FERROVIA OESTE-LESTE SERÃO ABERTAS NA PRÓXIMA QUINTA-FEIRA


O presidente da Valec Engenharia, Construções e Ferrovias S.A, José Francisco das Neves, anunciou nesta sexta-feira (10), em Salvador, que na próxima quinta-feira (16) a empresa vai abrir as propostas comerciais enviadas pelos consórcios que disputam a execução das obras e serviços de engenharia do primeiro trecho da Ferrovia de Integração Oeste-Leste, com extensão de mil quilômetros ligando Ilhéus a Barreiras, na Bahia.

O anúncio aconteceu durante palestra no seminário “150 Anos de Ferrovia na Bahia”, na Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb). O presidente da Valec acredita que até o final deste mês de setembro seja assinada a ordem de serviço para o início das obras, bastando para isso que a licença de instalação da ferrovia seja concedida pelo Ibama, que tem até o dia 30 de setembro para se pronunciar. ”Acredito que a licença será concedida, pois a Valec tem atendido todas as exigências ambientais feitas pelo órgão. Com a licença em mãos e a ordem de serviço assinada pelo presidente, podemos colocar as máquinas para funcionar”, completou José Francisco.

Nesta primeira fase da construção da Ferrovia, que vai ligar Ilhéus a Barreiras, serão investidos R$ 4,5 bilhões, com previsão de entrega da obra para 2012. A Ferrovia se constituirá num eixo ferroviário que dinamizará o escoamento da produção da Bahia e servirá de elo para interligar aquela região aos outros pólos do país, através da conexão que terá com a Ferrovia Norte-Sul, em Figueirópolis (TO).

A ferrovia formará um corredor de transporte que otimizará a operação do Porto de Ponta da Tulha, instalado em Ilhéus, na Bahia, e ainda abrirá nova alternativa de logística para portos no norte do país atendidos pela Ferrovia Norte-Sul e Estrada de Ferro Carajás.

A Ferrovia de Integração Oeste Leste faz parte Complexo Logístico Intermodal Porto Sul, que é composto por vários empreendimentos interdependentes e com modais interligados, entre eles o Porto Público de Ilhéus e o Terminal de uso privativo da Bahia Mineração (Bamin).

Conheça o passo a passo do projeto:

- Em 2008, foram iniciados os estudos para a definição de traçado e os de impacto ambiental;

- Em 2009, a empresa realizou concorrência pública para a contratação de empresa de engenharia para a elaboração do projeto básico de infraestrutura e superestrutura ferroviária e de estudos operacionais;

- Em 23 de março de 2010, o Ibama concedeu a Licença Prévia;

- Em 23 de agosto de 2010, a Valec recebeu as propostas técnicas e comerciais de 12 consórcios, para a execução das obras e serviços de engenharia do trecho de mil quilômetros da Ferrovia de Integração Oeste Leste, que vali ligar Ilhéus e Barreiras, na Bahia;

- Dia 16 de setembro de 2010, depois de analisar as propostas técnicas, a Valec vai abrir as propostas comerciais das concessionárias;

- Até 30 de setembro de 2010, prazo do Ibama para divulgar parecer sobre a Licença de Instalação.


Tão logo as autoridades ambientais concedam a Licença de Instalação, a Valec dará início às obras no trecho que vai de Ilhéus a Caetité. O objetivo da Valec é chegar em julho de 2012 com o trecho Ilhéus-Barreiras, de cerca de 1.000 km, totalmente concluído
Fonte: AGECOM

sábado, 4 de setembro de 2010

NO RASTRO DOS TROPEIROS



O desenvolvimento destas bandas da Bahia, Oeste, teve muitos contribuidores humanos ou não. Os Rios Grande e Preto foram as estradas por onde passaram canoas, barcas, paquetes e vapores que traziam e levavam mercadorias, pessoas e também transportavam histórias das barrancas, do grande Vale e também notícias incrustadas no bojo das cartas para Juazeiro, Pirapora e Salvador.

Mas, um outro desbravador de terras planas e do Vale foram percorridas por tropas de burros que levavam para o vizinho Estado de Goiás as manufaturas que as barcas transportavam e assim também foi se estabelecendo relações humanas em suas dimensões afetivas, econômicas e por isso culturais.

As cavalgadas, em número de aproximadamente dez, realizadas no Território da Bacia do Rio Grande é uma homenagem aos tropeiros que muito contribuíram para o desenvolvimento do interior da Bahia.

Neste sábado e domingo, a Agência 10envolvimento estará realizando a “IIª Cavalgada nos Gerais em Defesa das Águas – No Rastro dos Tropeiros”, no contexto do Projeto: Veredas Vivas na Comunidade de Ponte de Mateus – município de São Desidério.

Segundo a Agência 10envolvimento a IIª Cavalgada no Rastro dos Tropeiros em Defesa das Águas surge com o objetivo de resgatar a história da comunidade geraiseira de Ponte de Mateus. A cavalgada é um grito de alerta contra todo tipo de exploração dos povos e da natureza do cerrado. É o momento de compromisso com a defesa dos Gerais e de suas comunidades.

PROGAMAÇÃO

Noite do dia três para o dia quatro de setembro haverá o acampamento do tropeiros e no sábado, dia quatro de setembro, ocorrerá a cavalgada, celebração ecumênica e almoço comunitário. À tarde haverá brincadeiras e a corrida do jegue. À noite: samba, chula e forró pé de serra.

Os Carreiros da Ribeira





Ao longo dos anos secenta, no então Além São Francisco, homens agricultores comandavam uma carreata diferentemente das que hoje temos costume de ver, principalmente em meses eleitorais. Um conjunto de carros de madeira puxados a bois que cortavam os caminhos e estradas desde a Ribeira (Baianópolis) até a cidade de Barreiras. Transportava sobre a “mesa do carro” farinha de mandioca, porcos, rapadura, milho, feijão para serem comercializados. Em seu retorno os veículos estavam carregados com produtos manufaturados que eram utilizados no dia a dia das comunidades rurais a exemplo do querosene, açúcar, sal, remédios, sabão, tecido e soda.

Àquela época, três sons marcaram a vida dos moradores do Oeste da Bahia: o sino das igrejas comunicando dia de desobriga e ou morte de algum nativo, o apito do vapor que chegava de Juazeiro da Bahia e o terceiro era produzido pelos carros de bois, contato do eixo com o cocão, que para ficar “bunito” o proprietário lubrificava essas peças com óleo de mamona.

Para onde foram os carros de boi? Eles se encontram nas Comunidades Tradicionais a exemplo de Bebedouro no município de Baianópolis. Os carros são utilizados na lida diária transportando sacos de cereais, madeira e principalmente raiz da mandioca para a transformação em farinha/tapioca e outro produto agrícola é a cana para a feitura da famosa pinga da Ribeira.

Este ano a comunidade comemora a IX Festa do Carreiro. O inicio das comemorações deu-se em 2001, idealizada pelo Diretor da Escola Normal Rogério Rego. Hoje, a tradição dos carreiros celebrada sob a coordenação de Seu Geraldo e Hailton Rodrigues. Segundo os coordenadores a festa conta com sorteio de sal mineral, butinas e até mesmo dinheiro.

As comunidades por onde passam os carreiros e seus acompanhantes são: Bebedouro, Roça Velha, Capim de Raiz, Várzeas, Boa Esperança, Bracinho, Água Boa e novamente Bebedouro para o almoço e depois muito som e dança. O círculo como diz os moradores e festeiros é de aproximadamente vinte e três kilometros.

Antes da partida os festeiros tomam um gostoso café da manhã. Porém, antes que alguma atividade seja feita os presentes entoam cânticos religiosos e rezam para que a atividade possa ser abençoada. Os quarenta carros são enfeitados com palha de coco. Durante o trajeto os carreiros são acompanhados por um carro de som que favorece a cantoria e o jogo de versos.

Viva os carreiros!