quarta-feira, 27 de março de 2013

Merda, um monte de mierda!


O dia já declina e até o momento não havia construído um texto em homenagem ao teatro e seus fazedores. Mas, é tempo e todo tempo é tempo de se dizer, falar algo sobre alguém ou sobre uma coisa e ou objeto. Pois, bem: o Território de Identidade da Bacia do Rio Grande composto pelos municípios de Angical, Baianópolis, Buritirama, Barreiras, Catolândia, Cotegipe, Cristópolis, Formosa do Rio Preto, Luís Eduardo Magalhães, Mansidão, Riachão das Neves, Santa Rita de Cássia, São Desidério e Wanderley pouco ou nenhuma comemoração ao Dia Internacional do Teatro podem fazer. 

Dos quatorze municípios nenhum possui estrutura física que possa abrigar espetáculos teatrais. As denominadas Casas de Cultura estão localizadas nos municípios de Barreiras, Cristópolis e São Desidério. E não são espaços específicos para a prática teatral. Neles, são realizadas as mais diversas atividades da vida comunitária local. 

Os grupos da arte teatral são poucos e onde estão localizados não existem políticas públicas de cultura. Os municípios vivem de “um tal” calendário cultural que, em outras municipalidades são chamados de calendário de eventos. O termo evento ao ser tirado dele a letra “E”, se perde no espaço e no tempo. Ou seja, torna-se coisa frágil: um vento de política de governo que não possui consistência e por isso, quando for eleito outro governo poderá não ter continuidade. As ações da secretaria ou departamento de cultura não são amparadas por expedientes legais, a exemplo de um Plano Municipal de Cultura.

O título desse texto que faz referência ao conhecido “côco” – merda! Está sendo utilizado com todo respeito aos trabalhadores e trabalhadoras do mundo do teatro, ao dia dedicado a eles e elas. “Merda” é uma expressão geralmente pejorativa, polissêmica e usada principalmente na linguagem coloquial. Em sentido estrito, é resultado do processo digestivo e refere-se às fezes expelidas por um organismo vivo.  

Antigamente e ainda hoje, merda é utilizada na linguagem entre artistas de teatro para desejar boa-sorte antes da entrada em cena. A expressão nasceu da língua francesa, merde, provavelmente no século XIX ou século XX, pelo fato de o público da época, ter acesso à casa teatral por meio de carruagens a cavalos que, muitas vezes, amontoavam fezes em suas entradas. Com ironia, a expressão correlacionava ao fato de haver "muita merda" na entrada do teatro. Por isso, quanto mais merda havia mais espectadores estariam no interior do teatro para assistir ao espetáculo.

Quando a expressão, merda, é dirigida ao fazedor de teatro este não agradece, pelo contrário, apenas responde: “merda” ou fica calado! Mas, hoje os atores no Território da Bacia do Rio Grande  não poderão retrucar o termo pois há um certo cheiro no ar. O mau cheiro da ausência de politicas públicas no mundo da cultura.

Hoje vocês dormirão na merda!



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